terça-feira, 26 de fevereiro de 2013


O FEEDBACK NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM ON-LINE

 

(Laila de Mauro, fev./2013)

O fato de na EaD a comunicação  ocorrer, de forma mais frequente, por meio da escrita, na qual as mensagens nem sempre são bem compreendidas, é fundamental que o tutor busque sempre melhorar a comunicação com e entre o grupo e com cada aluno, atentando para o feedback, que se mostra eficaz na evolução do processo avaliativo.
Considerando que o feedback possibilita, de modo mais específico, a reconstrução de saberes, que impulsiona avanços na aprendizagem, este  deve ser claro, afetivo e efetivo.  Nesse sentido, o tutor precisa ser cuidadoso com a linguagem utilizada na comunicação, o que implica evitar ambiguidades de interpretação para facilitar o diálogo, que oportuniza trocas diversas, envolvendo ideias, vivências, informações, sentimentos e outros.
Uma das funções fundamentais do feedback  é favorecer o atendimento às individualidades, que normalmente são carregadas de emoções, limitações e possibilidades, percebidas nas respostas às mensagens, que virtuais, não expressam reações imediatas como na comunicação presencial, via olhares, falas, gestos, comportamentos. Porém, é importante observar que determinados autores consideram que, em algumas situações, a comunicação virtual é mais positiva exatamente por não ser face a face e, portanto, mais livre de preconceitos e inibições, situações recorrentes no ensino presencial (MILL et al., 2008).
Outro aspecto considerado por esses autores é quanto ao resgate da escrita, que registrada on-line, agiliza a comunicação, oportunizando análises, correções, orientações, leituras/releituras e o fazer/refazer mais imediatos. O que não invalida a ideia de oferecer ao aluno feedbacks além da forma escrita, mas também visual e/ou de áudio, tendo em vista atendimentos a processos diferenciados de aprendizagens, que traz novamente a questão da preocupação com a produção dos feedbacks, que devem ser esclarecedores, com fundamentações contextualizadas, orientações de fácil compreensão, que instiguem a curiosidade, o questionamento e o interesse do aluno em aprender e produzir com autoria.
É um desafio constante para o tutor encontrar o melhor caminho de atuação. Dessa forma, parece interessante retomar uma afirmativa, já bem conhecida dos educadores e que aponta algumas direções. A saber: toda ação pedagógica requer um determinado conhecimento da realidade do educando. Tal conhecimento certamente subsidia a escolha de estratégias e recursos pertinentes e necessários ao estímulo a participações mais criativas, críticas, afetivas e colaborativas, no ambiente de aprendizagem, que favoreçam transformações e enriquecimento das relações. E, para conhecer essa realidade, é preciso perceber e ouvir o educando on-line, realizando análises e reflexões das respostas aos estímulos, das mensagens e reações aos feedbacks, dos depoimentos e avaliações acerca do processo e sujeitos envolvidos, além de considerar aspectos iniciais como, por exemplo, o nível de experiência do aluno em EaD e no curso.
REFERÊNCIA:
 
MILL, D.; LIMA, D. B; LIMA, V. S.; TANCREDI, R. M. S. P. O Desafio de uma Interação de Qualidade na Educação a Distância: o Tutor e sua Importância nesse Processo. In: Cadernos da Pedagogia, Ano 2, Volume 2, Número 4, agosto/dezembro 2008.
 

 

 

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013


EaD - Estratégias para Motivar:  algumas considerações


(Laila de Mauro Santos – agosto/2011)

 Sabemos que em Educação a Distância a tecnologia diminui a distância física, por isso mesmo precisa ser bem utilizada, especialmente em cursos via internet, para que o aluno, mesmo sozinho em frente ao computador, não se sinta solitário, mas pertencente a um grupo, que se pressupõe solidário.
 
Nessa perspectiva, é papel do tutor motivar o aluno a participar do curso, buscando sua inclusão à dinâmica do processo educativo. No entanto, visto que a motivação é algo intrínseco, como realmente motivar esse aluno? Diante de tal questão, vale analisar as palavras de Melo, a seguir:
 
...a motivação é inerente a cada ser humano, e que quando estimulado, ele pode ativar esta motivação, e neste contexto se destaca a função do tutor. O tutor tem papel importantíssimo no processo de aprendizagem, na crescente ampliação de cursos na modalidade EAD, diante dos recursos tecnológicos disponíveis. (2009, p.01)
 
Não é difícil observar que, diante de determinado estímulo, cada aluno ou grupo tende a reagir de forma diferenciada. Dessa forma, o tutor deve considerar a heterogeneidade de sua turma e utilizar estratégias diversificadas de estímulo à motivação, para oportunizar o atendimento às individualidades. E atentar, também, para a questão das emoções, que é inerente a todo ser humano e interfere diretamente em suas reações, frente a uma ou mais ações. Nesse sentido, voltamos à autora citada, acima:
 
Embora não tenha abordado o ensino a partir da Educação a Distância Paulo Freire (2006) pressupõe que é necessário estimular a curiosidade epistemológica do educando sem deixar de reconhecer o valor das emoções, da sensibilidade, da afetividade. Assim, a figura do tutor, vem restabelecer emoções, sentimentos, compreensão, respeito. Em cada carteira escolar há um ser humano que espera ser ouvido e atendido no momento de dúvida e desmotivação. Acreditamos que ao aplicarmos os princípios da motivação em muito estaremos contribuindo para com a aprendizagem do cursista. (MELO, 2009, p. 02) 
Considerando que nas nossas turmas de EaD, nas mais diversas cidades de nosso imenso Brasil (e até do exterior), diante de cada computador há um aluno que deseja ser “ouvido e atendido”, “motivado a se apresentar e a se sentir pertencente ao grupo”, quais seriam as melhores estratégias para atendê-lo, seguindo os “princípios da motivação”?
 
Não parece possível indicar essa ou aquela estratégia, mas apontar exemplos a serem aplicados, ou adaptados e até recriados. Nesse sentido, podemos resgatar, sintetizar e socializar, aqui, reflexões inseridas em nossa “Comunidade de Tutores”[1], que apontam alguns caminhos.
Vimos que a motivação e afetividade andam juntas durante o processo ensinoaprendizagem, o que traz a necessidade de se estabelecer relações bem próximas ao aluno e de o tutor trabalhar sua sensibilidade para reconhecer o momento de estimulá-lo e buscar a estratégia apropriada, entre outras: mensagens personalizadas, nas quais o aluno possa perceber a preocupação do tutor com seu desenvolvimento e se sentir reconhecido como ser único e capaz; desafios e prêmios como estímulo para continuar o curso; intervenções com fundamentações que possam subsidiar e incentivar a participação criativa, crítica e colaborativa no fórum; feedback mais imediato às colocações e questionamentos dos alunos; comunicações agradáveis e de fácil compreensão; mensagens motivacionais contextualizadas e na quantidade adequada; dinamização de espaços de descontração, com interações mais espontâneas; mediação pedagógica dialógica, voltada para construções significativas de saberes, possibilitando correlações entre teoria e prática, com situações que instiguem a curiosidade e interesse pelo conteúdo.
E, ao escolher uma estratégia, é interessante observar que, ao lidar com um grupo, seja presencial ou virtual, o encontro com o(s) outro(s) pode trazer muitas surpresas, desde o estranhamento à empatia entre os sujeitos envolvidos. Compreender tal situação vai facilitar a busca de uma dinâmica que favoreça melhor integração, que segundo Caricatti e Guimarães:
Ela se estabelece e se desenvolve com o diálogo entre os pares diferenciados e com a alternância de papéis entre os participantes que ora se manifestam, ora se calam, estabelecendo contrapontos de presenças e ausências, silêncios e falas, dúvidas e certezas, alegrias e conflitos que vão construindo uma identidade coletiva muito peculiar, inconfundível e singularizada pelo estilo de comunicação adotado, pela forma de agir nas situações diversas, pelas marcas e expressões que refletem a presença do outro no entrecruzar de histórias pessoais e profissionais (2004, p. 96)
A interação on-line se dá basicamente por meio da comunicação escrita, logo, as “marcas e expressões” que espelham a realidade podem ser percebidas nas entrelinhas das mensagens e o começo dessa comunicação se mostra especial, pois pode favorecer maior ou menor participação e integração, no decorrer do curso. Como começar?
Naturalmente, começamos pela porta principal, a porta de entrada, caracterizada pelo estímulo à apresentação e acolhimento. Ao acolher o aluno de forma imediata, com mensagens personalizadas e afetivas, o tutor facilita a aproximação, demonstra interesse e atenção a ele, possibilitando o início da construção da autoconfiança e autonomia, base para que se sinta valorizado, confiante, incluído, mais a vontade e motivado a participar, continuar e concluir o curso.
Além da porta de entrada, a tecnologia oportuniza a abertura de muitas portas de comunicação e, por conseguinte, de aprendizagens, de encontros que minimizam a ausência do contato físico, da aula tradicional. E como identificar e usar essas portas? O tutor vai descobrindo, aos poucos, nas interações diárias e análises dos contrapontos entre manifestações, silêncios, interesses individuais e coletivos. O que faz emergir a necessidade da formação continuada, de pesquisa da própria prática e experimento de possibilidades de articulações entre o conteúdo, a pedagogia e os recursos tecnológicos.
 
REFERÊNCIAS
CARICATTI, Anna Maria C.; GUIMARÃES, Laura de Toledo. Revisitando o Grupo. In: SCARPATO, Marta (org). Os Procedimentos de Ensino fazem a Aula acontecer. São Paulo: Avercamp, 2004.
MELO, Marineiva de. Educação a Distância e Motivação: re(significando) o papel do tutor. Disponível em blogs. universia.com.br/motivacaonaead/.../educacao-a dist...Em cache Similares1jun. 2009 – acesso em 28/06/2011.


[1] “Comunidade de Tutores” da empresa Webaula - ano: 2011

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

“QUEM NÃO VÊ BEM UMA PALAVRA NÃO PODE VER BEM UMA ALMA”
(Fernando Pessoa)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

TRABALHO PEDAGÓGICO NA TUTORIA ONLINE


Para sair da rotina, resolvi “poemizar” o tema: uso pedagógico de um recurso tecnológico para a interatividade/interação do trabalho pedagógico do tutor no AVA. A saber:

 

TRABALHO PEDAGÓGICO NA TUTORIA ONLINE

 

É interagir para dialogar

Aproximar aluno e tutor

Na EaD conviver

Reduzindo distâncias...

 

É agir e utilizar

Recursos facilitadores

Da iteratividade agregadora

Reduzindo distâncias...

 

É refletir para saber

O recurso a destacar

skype, hangout, msn ou googledocs

Reduzindo distâncias...

 

É decidir e falar

Do recurso escolhido

Googledocs é o favorito

Reduzindo distâncias...

 

É conhecer para aprender

Que seu uso passa a oferecer

Outros do google +

Reduzindo distâncias...

 

É vivenciar e extrapolar

Interações que ele traz

No ver, falar, ler, ouvir e escrever

Reduzindo distâncias...

 

Ampliar para compreender

Suas possibilidades pedagógicas

No ato de ensinar e aprender

Reduzindo distâncias...

 

Pesquisar e transformar

Diversificar o trabalho de tutoria

E fazer acontecer interação e interatividade

Reduzindo distâncias...

 (Laila de Mauro – fev/2013)